Cuba libre?

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Fidel largou o osso, qual será o destino de Cuba?

Tudo indica que seu irmão Raul Castro vai assumir o poder, digamos na “camaradagem”, e segundo os analistas ele estaria disposto a reformas, que abririam a econômia cubana, inspirado no “modelo chinês”, já acontece alguma abertura, controlada pela alta burocracia do governo e do exército:

“Aproximadamente 30% das empresas cubanas e mais de 60% das divisas que entram no país estão sob o controle das FAR, constituídas por generais formados no Grupo de Administração Empresarial, dependente do Ministério das FAR (MINIFAR). frente das grandes empresas, figuram desde antigos comandantes do Exército Rebelde até jovens oficiais que adquiriram formação econômica em escolas de gestão européias. “Se queremos que o conjunto da economia funcione melhor, o problema está em que entrem mais empresas no sistema”, entusiasma-se o coronel Armando Pérez Betancourt, responsável pelo sistema de aperfeiçoamento empresarial. Diz que se trata de combinar “a organização capitalista com os princípios socialistas”, o que não impede que analistas liberais vejam os militares como os “pioneiros do capitalismo cubano””.

E a democratização? assim como na China, só existe um partido, o Comunista, e este dificilmente vai largar o poder. O que mostra um desfexo interessante para a história, os “comunistas” vão abrir suas economias gradativamente(sob rígido controle estatal) para o capitalismo, sem abrir mão do poder politico e do rigido controle sob seus cidadãos(censura, prisões e assassinatos por motivos politicos, restrições a direitos individuais).

Afinal, o que vai sobrar de esquerda para as ditaduras ditas de esquerda?

Em um cenário mais otimista poderia ser o da democratização da ilha, a eleição de um governo social-democrata que se comprometa a abrir a economia e ao mesmo tempo focar em alguns pontos positivos do regime socialista como saúde e educação, pública e de qualidade.

Outra questão é qual vai ser a reação americana, Cuba é como a Gália de Asterix, desafiou o império e venceu, e mesmo depois da guerra fria ainda sofre com o duro embargo econômico que congelou a ilha no tempo, o orgulho ferido dos EUA poderiam motivar uma guerra aberta para “construir a democracia” na ilha ao estilo Iraque, mas creio que a possibilidade da ajuda militar da Venezuela e a criação de uma instabilidade geral na américa látina frustra os planos de uma ação direta na ilha, talvez o financiamento de alguns grupos internos anti-castro para um golpe de estado como fizeram na guerra fria ou o financiamento de um partido de direita caso houverem eleições fosse mais conveniente, mas se em 49 anos isso ainda não aconteceu não acredito que aconteça.

Diferente dos EUA, países com uma boa relação diplomática com Cuba como Brasil e Venezuela tendem a ganhar cada vez mais dinheiro nas relações comerciais, só com o Brasil foram movimentados 421 milhões de reais em 2007, segundo Lula, os investimentos brasileiros em Cuba são parte da política de integração da América Latina.

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