Assentamento Comuna Amarildo de Souza completa um ano
O movimento social catarinense é dono de conquistas que merecem disseminação. Uma das mais emblemáticas é a Comuna Amarildo, que comemora neste final de semana um ano de existência no município de Águas Mornas localizado a 50km da Capital. Uma história árdua de luta por direitos básicos previstos na Constituição e relegados pelo estado e que, atualmente, conta 20 famílias que conseguiram mudar sua realidade. São pessoas que ainda carecem de melhorias nas suas condições de vida, mas que já têm o que comemorar.
A Comuna Amarildo é um marco na luta pela terra e o evento que será realizado nos dias 3, 4 e 5 de julho, servirá para comemorar um ano do assentamento em Águas Mornas e reunir os aliados e os atores sociais que participaram dessa trajetória. O objetivo é mostrar o resultado e a proporção da luta social dos Amarildos. Segundo membros do movimento há que se destacar, por exemplo, que 900 hectares de terras griladas, no Norte da Capital, foram devolvidos a união e essa é uma das grandes conquistas do movimento de reforma agrária local.
Em Águas Mornas, os Amarildos vivem em cerca de 130 hectares de terra. Lá, produzem seus próprios alimentos de forma diferenciada por meio da agroecologia e vivendo em soberania alimentar. Hoje, os Amarildos conseguem inclusive comercializar, a preços acessíveis, alguns produtos em Águas Mornas e comunidades humildes de Florianópolis, como a Vila Aparecida e a Chico Mendes.
Além disso, trabalham no município e na região e suas crianças frequentam as escolas regularmente. Aos poucos, se adaptam e se integram à comunidade, vencendo a resistência inicial do município em recebê-los, sobretudo pela imagem negativa criada pela grande mídia ao lidar com esse assunto.
Nem tudo são flores. Os Amarildos ainda não desfrutam de energia elétrica, o que limita sua vida de diversas maneiras. Já imaginou esta realidade no século XXI? Ainda assim, acreditam ter melhorado de vida, afinal, os altos custos de moradia, sobretudo da Capital do Estado que são excludentes e provocam gentrificação, inexistem e o dinheiro de aluguéis, por exemplo, pode ser revertido para outras necessidades humanas.
Os Amarildos podem e devem comemorar conquistas. Ainda enfrentam as dificuldades legais e a burocracia da reforma agrária, mas são donos de conquistas sociais provenientes de lutas desgastantes, mas dignas e capazes de causar satisfação. A comuna Amarildo é mais uma boa história do movimento social a se contar. Por isso, o Estopim convida ativistas e a população a participar do evento de comemoração e disseminação da comuna.
Por Nícolas David
Saiba mais sobre o evento da Comuna: http://on.fb.me/1NDpsCU